O vereador e presidente da Câmara de Marília (SP), Yoshio Takaoka (PSB), foi indiciado, nesta terça-feira, pelo crime de compra de votos. O inquérito concluído deverá ser enviado na quarta-feira para a Justiça Eleitoral - que pode decidir pela por não diplomar o vereador para o novo mandato. Ao delegado da Polícia Federal Sandro Viana dos Santos, Takaoka alegou estar sendo vítima de uma rixa política.
Hoje, na sede da PF, Takaoka voltou acusou o vereador Eduardo Nascimento de ter "armado" contra ele. Nascimento nega as acusações do vereador e diz que Takaoka tenta tirar o foco de si mesmo. "Não sou eu quem o está acusando e sim a Polícia Federal, que investigou o caso", disse.
Se no cenário político Takaoka conseguiu através de uma liminar obtida junto à Justiça derrubar a comissão processante instaurada na última sessão, com a PF a situação é diferente, e ele vai responder pelo crime de compra de votos e falsidade ideológica.
O depoimento de hoje à tarde durou aproximadamente uma hora e 20 minutos, mas os argumentos utilizados pelo vereador não convenceram o delegado. Se condenado, o vereador pode pegar uma pena que varia de dois a seis anos de prisão para cada crime.
"A alegação dele, a justificativa, é que foi uma briga política. Ele disse que há algum tempo vem tendo certa rixa, rusga com o vereador Eduardo Nascimento. Inclusive esse problema já chegou à Justiça Eleitoral e à Justiça comum. Ele disse que foi o vereador que comprou os cheques dele e tudo em cima de uma questão política que, em tese, tinham acarretado todas essas denúncias ", afirma o delegado da Polícia Federal.
O vereador é acusado de comprar em torno de 400 votos nas eleições deste ano. O valor pago teria sido de R$ 100 para cada eleitor. Para despistar, ele teria forjado a contratação dessas 400 pessoas para trabalharem para ele em sua campanha. "Mais de 400 pessoas, ou seja, mais de 400 cheques no valor de R$ 100 foram emitidos e a sua quase totalidade foram descontados no banco", completou o delegado.
O vereador ainda é investigado em outro inquérito aberto pela PF para apurar as suspeitas de falsificação de documentos e fraude processual que resultou inclusive na prisão de Takaoka e dois funcionários da Câmara. Isso porque os dois foram flagrados utilizando o carro oficial da Casa e prestando serviço para o vereador em horário de trabalho. Esse inquérito deverá ser encerrado na próxima semana.
Mais investigados
Outros três vereadores que foram eleitos em outubro e um que não se elegeu estão sendo investigados por suspeita de compra de votos. Três inquéritos estão abertos na PF e um quarto deverá ser aberto nos próximos dias. Eles não tiveram os nomes divulgados.
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