Talita Zaparolli
Direto de Marília
A Justiça Eleitoral de Marília, a 443 quilômetros da capital paulista, cassou nesta quinta-feira o mandato do vereador Yoshio Takaoka (PSB). Ex-presidente da Câmara Municipal e reeleito no fim do ano passado, o político chegou a ser preso pela Polícia Federal. Ele era acusado de compra de votos.
As denúncias surgiram logo após as eleições de outubro do ano passado, quando Takaoka, então presidente da Câmara, foi reeleito. Na época, ele chegou a ser preso por agentes da PF acusado de fraudar documentos para tentar atrapalhar as investigações que apuravam possível compra de votos durante a campanha eleitoral. Além de Takaoka, um motorista e uma assessora da Câmara, ambos funcionários de seu gabinete, também foram presos por fraude processual e falsidade de documentos públicos. Todos foram soltos após pagamento de fiança.
De acordo com a decisão do juiz eleitoral Silas Silva Santos, os 2.125 votos que Takaoka recebeu no último pleito continuam com o partido e, dessa forma, o primeiro suplente do PSB assumirá a cadeira já na próxima sessão, que acontece na segunda-feira. A diplomação do suplente Herval Rosa Seabra deve acontecer nesta sexta-feira.
Takaoka poderá recorrer da decisão que o destituiu do mandato no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Segundo uma fonte que pediu sigilo, o clima na cidade e também na Câmara é de tensão, já que outros sete vereadores seguem sendo investigados e também estão na mira da Justiça Eleitoral. "A Justiça começou a fazer uma limpeza dos maus políticos em Marília", disse a fonte.
Logo após a decisão, o Terra tentou contato com o vereador e com um de seus advogados, mas não obteve resposta.
Relembre o casoNo ano passado, Takaoka chegou a ser preso acusado de fraudar documentos para atrapalhar investigações
Foto: Facebook / ReproduçãoDo mesmo grupo político do prefeito de Marília, Vinícius Camarinha (PSB), Takaoka era considerado um dos braços direitos do então candidato a prefeito na cidade. Vinícius assumiu o cargo por força de uma decisão liminar concedida pelo TRE e aguarda julgamento de recurso no Tribunal Superior Eleitoral.
Em 2012, ainda quando ocupava o cargo de presidente do Legislativo mariliense, Takaoka conseguiu barrar na Justiça, por meio de liminares e por conhecer o regimento interno da Casa, a formação de uma CP (Comissão Parlamentar) menos de 24 horas depois dos vereadores escolherem os integrantes da comissão que poderia decidir pela cassação dele.