Fiscais do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro fecharam o Instituto Social Luiz Fernando Petra, em Santa Cruz, Zona Oeste, mantido pelo deputado estadual José Roberto de Oliveira, o Bebeto Tetra (SD), candidato à reeleição. O centro social era também comitê eleitoral, com panfletos e fichas cadastrais, cópias de títulos de eleitor e seus locais de votação. Além de serviços gratuitos de odontologia e reabilitação, eram oferecidos cursos do Senac - Serviço Nacional do Comércio, entidade que recebe verba do governo federal, representada no local por uma professora e uma suposta funcionária da instituição.
O deputado pode responder por conduta vedada a agente público, abuso de poder econômico e compra de votos, inclusive por usar verbas públicas para autopromoção e campanha eleitoral. Além do convênio com o Senac e papéis timbrados da entidade, fiscais apreenderam documentos que indicam doações em dinheiro do Ministério do Esporte, R$ 6,7 mil em espécie, material esportivo com o logotipo do Estado, cadernos com a descrição de despesas de campanha deste ano e de eleições passadas, cartões de visita do deputado, cestas básicas e produtos odontológicos em uso, mas fora do prazo de validade.
No pedido de busca e apreensão do Ministério Público, o centro assistencial era atribuído ao "candidato Luiz Fernando Petra" que, porém, faleceu em 2002. Coordenadora estadual da fiscalização, a juíza Daniela Barbosa determinou investigações que revelaram que Bebeto era cunhado de Petra e ajudava a manter o centro social ativo. No Facebook, o ex-jogador chegou a postar que "acompanha" o centro social "desde 2003 junto com a família Petra". Para a juíza, ficou claro que eles "continuavam a fomentar o assistencialismo", para "favorecer suas campanhas eleitorais".
Acesso em 19/07/2014
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Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro
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