Você tem curiosidade sobre a vida? Sobre o que acontece intramuros dos fóruns? Quer conhecer e compreender a interpretação desta vida? Sim? Então, não perca o lançamento do livro Vidas no Fórum, uma parceria do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Og Fernandes com a psicóloga e professora Marilda Lipp, nesta quarta-feira (24), às 18h30, no espaço cultural do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A obra conta histórias de personagens que circulam no mundo da Justiça e nos fóruns Brasil afora. Os casos são contados pelo ministro Og, que no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é substituto do ministro Napoleão Nunes Maia. Já a Marilda Lipp coube analisar o comportamento e a personalidade dos personagens envolvidos nas histórias.
O livro, segundo o ministro, oferece uma visão íntima do que se passa no âmbito dos fóruns, bem como os desejos, as angústias e as peculiaridades dos seres humanos que existem atrás da toga e dos diferentes cargos nos tribunais. “Ele é um conjunto de narrativas que fala sobre comportamento humano, sobre vidas de pessoas que militam no ambiente forense. Algumas são crônicas de muito do que eu vi e ouvi. Além disso, há uma análise psicológica feita pela professora, que é uma referência brasileira em estresse no Judiciário”, expõe Og Fernandes.
O ministro explica que procurou contar situações dramáticas, engraçadas e exemplos de superação do ser humano. “Uma variedade de tudo. Falo de personagens que constituem essa vida de dentro de um fórum, juízes, promotores, servidores e advogados, sempre dando o enfoque no comportamento humano, que, na maioria das vezes, não conhecemos”, diz.
Além disso, Fernandes afirma que procurou investir na emoção e que “não há como deixar de se emocionar diante de algumas histórias. Esse é um trabalho que pode ser vendido até numa banca de revistas e não apenas no setor de Direito ou de Psicologia de uma livraria”. “Não é só para bacharéis”, ressalta.
Ao dizer como surgiu a parceria com a coautora do livro, Marilda Lipp, Fernandes esclareceu que a conheceu há mais de 20 anos durante seminário em Porto Alegre (RS), ocasião em que a especialista ministrava uma palestra sobre estresse. “Quando me veio a ideia de escrever, surgiu a lembrança da professora. Assim, a convidei para essa parceria”, comenta. Segundo o magistrado, a vontade de escrever o livro surgiu há quatro anos. “Demorou três anos entre pesquisa e colocar no papel. Não queria escrever um livro só de crônicas. Além disso, queria algo com mais utilidade”, conta.
Mais qualidade de vida = menos estresse
Na mesma data, das 16h30 às 18h, Marilda Lipp proferirá a palestra “Estresse e Qualidade de Vida no Poder Judiciário: Qual é o seu limite?”. De acordo com o ministro Og Fernandes, Marilda Lipp se colocou à disposição para fazer uma palestra sobre a área emocional, qualidade de vida e estresse, tendo em vista o Judiciário. “A ideia veio como se, além do escrito, nós pudéssemos oferecer o tema, que gira em volta de comportamento, emocional. Os servidores, alunos de Psicologia e Direito serão beneficiados pelo tema”, diz.
A palestrante Marilda Lipp é diretora do Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS), que se dedica a ações de prevenção e gerenciamento do estresse em todo o Brasil. Pesquisas do instituto revelaram que o nível de estresse na magistratura é de 60% a 70% e “está entre os mais altos no Brasil”.
Segundo ela, a separação entre o estresse pessoal e profissional é um mito. “Quando a pessoa tem fatores profissionais causadores de estresse, sua vida pessoal passa também a sofrer seus efeitos”, pontua. A psicóloga adverte que é preciso ouvir os sinais do limite entre o estresse positivo e o negativo. “Quando a vida começa a perder o brilho, quando ir para o trabalho se torna um fardo, quando se acorda cansado e a memória imediata começa a falhar, é o estresse surgindo”, explica.
Sobre o convite feito pelo ministro Og Fernandes para a parceria, Marilda diz que hesitou um pouco. “Senti que analisar psicologicamente o que se passa em uma audiência seria uma tarefa complexa, mas ao ver o entusiasmo e dedicação do ministro, entendi que seria um desafio muito “sui generis”, por isso aceitei”, confessa a PHD.
Marilda esclarece que o seu papel na obra é oferecer uma análise psicológica dos fatos relatados pelo coautor, enfatizando os aspectos emocionais que motivaram uma ou outra atitude. “Aponto também soluções alternativas caso as pessoas envolvidas entendessem melhor seu mundo subjetivo”.
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TSE
http://www.tse.jus.br
Acesso em 25/05/2017