O mercado brasileiro fechou o mês de novembro com 55 operações de fusão e aquisição, uma queda de 39,5% em relação ao mesmo período de 2017, quando foram anunciadas 91 operações. Os 26 negócios que tiveram seus valores revelados movimentaram um volume financeiro de mais de R$ 8 bilhões, 11% abaixo dos R$ 9 bilhões somados no mês do ano anterior. Isso é o que aponta o relatório mensal da Transactional Track Record, em parceria com a LexisNexis e TozziniFreire Advogados.
Os anúncios de compra e venda de participação envolvendo empresas brasileiras movimentaram, ao longo do ano, R$ 173 bilhões, um leve crescimento de 3% em comparação ao reportado em igual período do ano passado. Em número de operações, foram registrados 1.016 negócios de janeiro a novembro, queda de 1,2% ante o total de transações nos mesmos meses de 2017.
O segmento tecnologia segue como o mais movimentado do ano, tendência que se mantém desde 2014. No mês, foram oito transações, que somadas às registradas no decorrer de 2018, acumulam o total de 206 operações, um crescimento de 21% sobre os resultados do ano anterior. O crescimento dos investimentos no setor acompanha a alta de 19% das aquisições estrangeiras nos segmentos de tecnologia e internet.
No apanhado do ano, financeiro e seguros aparece na segunda colocação, com 139 operações, alta de 38%, seguido por saúde, higiene e estética, com crescimento de 24% para 107 transações. O segmento distribuição e varejo segue o caminho oposto, e as 98 operações de 2018 representam uma queda de 8%.
Capital privado
Se 2018 têm trazido resultados abaixo do esperado em operações de fusões e aquisições no país, o mesmo não pode ser dito sobre os investimentos de venture capital.
Foram registradas 188 operações desde janeiro, crescimento de 7% sobre o reportado no mesmo intervalo do ano anterior. As 123 transações que tiveram seus valores revelados totalizam R$ 6,3 bilhões em investimentos, crescimento de 140% sobre o mesmo período de 2017. Os fundos tiveram como alvos preferidos os segmentos tecnologia, 99 operações no ano, financeiro e seguros, 41, internet, 33, e distribuição e varejo, com 17.
Esses números refletem também o crescimento de 11% dos aportes de fundos de venture capital e private equity estrangeiros investindo em empresas brasileiras.
Já os investimentos de private equity, de janeiro a novembro, tiveram crescimento de 12% no total investido, alcançando R$ 18,7 bilhões, apesar da queda de 11% no número de negócios concluídos, 81.
Em novembro, o balanço também foi positivo. As quatro operações registradas no mês revelaram valores que somados ultrapassaram a marca de R$ 1,6 bilhão.
Por sua vez, o mercado de capitais brasileiro chega a novembro com números ainda inferiores aos do ano passado. Porém, se em 2017 as 11 aberturas de capital registradas somaram R$ 20,7 bilhões, 2018 ganhou um fôlego em termos de valores. No ano, as seis ofertas iniciais de ações lançadas no país levantaram R$ 19,4 bilhões.
Transação do mês
A transação escolhida pelo TTR como a de destaque do mês foi a aquisição, pelo grupo chinês Fosun, de uma participação de 69,14% da Guide Investimentos, numa operação avaliada em R$ 287,9 milhões. A Guide é uma empresa brasileira dedicada a oferecer serviços de corretagem de títulos e valores mobiliários. O Banco Indusval manterá uma participação minoritária representativa de 20% do capital social da Guide.
A Fosun foi assessorada na operação pelo escritório brasileiro Costa e Tavares Paes Advogados, e também pela firma norte-americana Paul Hastings. Por sua vez, o Banco Indusval foi assessorado pelo escritório Pinheiro Neto.
Ranking advogados
O ranking de assessores jurídicos por valores é liderado pelo escritório Cescon, Barrieu Flesch & Barreto Advogados, com R$ 56,9 bilhões, seguido por Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, com R$ 53,8 bilhões, fechando com TozziniFreire Advogados na terceira colocação, que acumulou R$ 41,2 bilhões no ano.
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