A campanha eleitoral deste ano começou com novas regras. E a principal mudança foi o financiamento da campanha. Depois dos escândalos de caixa dois, não tem mais dinheiro de empresas. A fonte secou, ou secaram ela.
Com bem menos dinheiro em caixa, o jeito é recorrer às redes sociais. Os candidatos agora terão um novo desafio para conquistar os eleitores. O primeiro efeito positivo dessa medida é que a campanha já começou, mas nas ruas, nada daquela sujeira de placas, cartazes e panfletos espalhados para todo lado.
É campanha sim, já começou, e você realmente não está vendo propaganda de candidato nas ruas. Não pode mais faixa, nem cavalete. Outdoor também não. E como fazer campanha sem tudo isso? Menos atrativo é um detalhe , porque eles também estão é com menos dinheiro.
As empresas financiavam 90% ou até mais das campanhas eleitorais. Pela lei, elas não podem mais doar nenhum centavo. Tudo vai ter que ser feito com dinheiro do candidato, se ele tiver. Uma percentagem vai vir do Fundo Partidário, que é dinheiro público e varia entre partidos. Agora, doação, mesmo, só de pessoa física. E aí as campanhas tiveram que mudar.
Essa nova cara está na internet. A campanha agora pode ser, digamos, mais justa. E na internet, tem interação. O candidato fala, o eleitor pergunta, retruca e o professor diz que será um desafio. “É como se a candidatura tivesse que ser construída, edificada aos poucos até chegar o momento da eleição. Talvez os candidatos não estejam preparados para isso”, explica o especialista em novas mídas da UnB, Gilberto Lacerda.
Olhando a lei por outro ângulo, ela traz outra inovação. A cada três dias o canidato tem que dizer quanto entrou de dinheiro e de onde veio a grana. Antes, era só na prestação de condtas. Agora, depois de tantos escândalos de dinheiro ilegal escorrendo no meio político, tudo que mudou pode ajudar, mas não significa que vai acabar com o caixa dois. “O caixa dois não está ligado à origem do dinheiro, normalmente o caixa dois é utilizado para irregularidade eleitoral, as irregularidades não acabam nunca, por isso a atuação do Ministério Público e da Justiça Eleitoral tem que ser sempre aperfeiçoada para buscar qualquer distorção, qualquer divergência que exista”, diz o ministro Henrique Neves, do Tribunal Superior Eleitoral.
E para evitar que o poder econômico do candidato influencie no resultado das eleições,o Supremo Tribunal Federal estabeleceu um limite de gastos baseado na campanha de 2012. Em São Paulo, por exemplo, que teve a campanha mais cara, o limite será de R$ 45 milhões. Mas nas cidades do interior o limite é bem menor: R$ 108 mil para prefeitos e R$ 10,8 mil para vereadores.
Acesso em: 24 de agosto de 2016
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Globo
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