Fonte: Globo
A Unesco lançou uma campanha para diminuir os casos de assédio contra as assistentes virtuais - máquinas com vozes femininas que ajudam no dia a dia. Pode parecer estranho combater o assédio a máquinas, mas muita gente pode estar reproduzindo, no mundo virtual, um modo ofensivo de tratar as mulheres no mundo real. A preocupação das Nações Unidas é para que essas condutas abusivas não sejam naturalizadas, especialmente pelas próximas gerações.
Essas personagens virtuais foram criadas para deixar mais humana a relação entre consumidores e empresas na internet. Por isso, existe a preocupação que esse comportamento no ambiente cibernético seja um reflexo do que acontece no mundo real e que isso possa continuar, se nada for feito, para mudar.
A Unesco lembra que 90% dos programadores de inteligência artificial são homens e que praticamente todas as assistentes virtuais têm nomes de mulheres e vozes femininas, o que reforça o estereótipo da mulher de servir ao homem.
Agora, uma campanha quer que essas mulheres virtuais reajam aos insultos e ao assédio e as respostas serão sugeridas por gente de verdade. A porta-voz do movimento diz que não se trata de proteger máquinas e, sim, pessoas.
A campanha tem um site, para onde qualquer pessoa pode mandar uma mensagem de voz de no máximo 15 segundos, sugerindo respostas para as assistentes virtuais nos casos de assédio cibernético.