Fonte: Reuters
Papa Francisco quer estabelecer parâmetros éticos no desenvolvimento da inteligência artificial (IA) e espera contar com o apoio das empresas de tecnologia para isso. Segundo informa a agência de notícias Reuters, a Microsoft e a IBM assinaram um documento que pode ser traduzido para “Chamada de Roma para a Ética”, uma espécie de juramento feito pelas empresa e o Vaticano para que tecnologias de IA sejam aprimoradas em prol da evolução humana.
A grosso modo, o documento, que conta com o selo e o patrocínio papal no Vaticano, rege que a inteligência artificial seja desenvolvida de forma a respeitar a privacidade humana, trabalhar de forma confiável e constante e, acima de tudo, trazer imparcialidade em seu funcionamento. “Ela [a IA] deve considerar as necessidades de todos os seres humanos e operar de forma transparente”, diz um trecho do texto.
O “juramento”, ao menos nesse primeiro momento, ainda não conta com o posicionamento de outras empresas que atuam neste mercado, mas vem em um momento de crescente preocupação do público quanto ao uso de IAs no cotidiano. Nos EUA, alguns estados usam tecnologia de reconhecimento facial para a segurança pública, enquanto empresas valem-se de algoritmos para selecionar (e excluir) candidatos para vagas de emprego.
Segundo o Vaticano, ambos os casos são exemplos onde o mau uso da inteligência artificial pode trazer malefícios ao invés de exaltar o ser humano. “Essa assimetria, onde alguns poucos sabem tudo sobre nós, enquanto nós não sabemos nada sobre eles, anula o pensamento crítico e o exercício consciente da liberdade. As desigualdades se expandem enormemente; o conhecimento e a riqueza se acumulam em algumas poucas mãos, com graves riscos às sociedades democráticas”, disse o Papa Francisco.