Fonte: Olhar Digital
Um homem entrou com um processo contra a polícia de Detroit, nos Estados Unidos, após ser preso por engano por conta de uma falha em um software de reconhecimento facial. A ação foi aberta pela ONG American Civil Liberties Union (ACLU) em nome de Robert Williams, que é descrito como a primeira pessoa presa injustamente com base nessa tecnologia.
Depois disso, o departamento produziu uma linha de fotos que incluía Robert Williams e a mostrou para um guarda, que alegou reconhecê-lo como o assaltante. No entanto, o segurança não tinha realmente testemunhado o ocorrido, mas, com base no depoimento dele, foi expedido um mandado de prisão contra Robert.
O rapaz foi detido enquanto dirigia do trabalho para sua casa e passou 30 horas em um centro de detenção. Posteriormente, a ACLU protocolou uma queixa formal em seu nome e recebeu um pedido de desculpas da promotoria de Detroit, que determinou que o caso fosse removido dos antecedentes de Williams.
No processo, a ACLU alega que o reconhecimento facial costuma ser bastante impreciso, principalmente quando se trata de pessoas negras e imagens de baixa qualidade. Segundo a organização, a polícia de Detroit utilizou reconhecimento facial em uma circunstância que, sabidamente, não geraria resultados confiáveis.
A ONG ainda alega que o departamento deixou de mencionar as deficiências do sistema de forma proposital e desonesta, incluindo o fato de que as imagens inseridas no software estavam muito abaixo do padrão mínimo exigido para uma resposta satisfatória.
O próprio departamento de polícia de Detroit se manifestou publicamente reconhecendo que a prisão foi baseada em um “trabalho investigativo desleixado” e muitos outros erros de procedimento.
Apesar do caso de Robert Williams estar sendo tratado como a primeira prisão injusta com base em reconhecimento facial, existem pelo menos outros três casos que disputam este lamentável posto. Sendo que dois deles também aconteceram em Detroit e um terceiro em uma outra jurisdição, todos eles envolvendo homens negros.
Com informações do The Verge